O fato é que o Bruno era pacato, menino de bairro, só saia
por obrigação ou quando cansava da rotina.
Esse era o eu comum do Bruno, famÃlia tradicional, rotinas
tradicionais.
Exceto quando se apaixonava, ele temia o amor, como gatos
temem a água, como a vida teme a morte, ele gostava do morno e o calor dos
sentimentos o apavorava.
Era angustia, e isso o fazia se jogar de sexta à domingo Augusta
abaixo, bocas abaixo.
Na semana ele trabalhava e criava novas tendências, novos
clichês, novos amores e fugia mais do seu desespero interno.
De segunda à sexta, aula e trabalho sem feriado, era caixa e
escrevia poemas atrás das notas ficais, mas não os entregava, entrega significa amor
e por desespero, Bruno, não amava.