Eu fico me julgando e pensando em como não cometer os mesmos
erros, como é burrice sempre estar cometendo-os e procurando resultados
diferentes. Mesmo insistindo na mesma rota, finjo que vou acabar em algum lugar
diferente, mas eu estou sempre aqui, no meu poço de frustrações criando laços e
muros, tentando provar que sou forte o suficiente para te ter.
Tenho procurado as soluções, mas cá estamos nós, é abril e
desde janeiro eu ainda penso em como sua barba arranha e como a sua voz é
melodia aos meus ouvidos.
Eu juro que não acredito mais no amor, mas eu acredito em
você, e você é todo o amor que eu quero no mundo. Eu não sou boa em desatar nós
e não soube renunciar você.
O inverno continua atrasado, acho que para acompanhar meu
descaso, com tudo, que tenho feito de errado e que não tenho feito nos últimos
tempos, na esperança de ser notado, mas eu ainda não consegui a atenção
necessária.
Eu não sei falar mais, minha lÃngua foi presa por ti e
minhas palavras tornaram-se murmúrios de castigo e cada vez que eu escrevo
cresce um pouco mais do seu eu imaginário em mim e eu não consigo impedi-lo de
crescer.
Amanhã é o quarto mês que eu não durmo pensando na cura de
todos os seus medos e pela quinta vez na vida esqueci que eu não posso curar
ninguém enquanto busco a minha cura.