Eu nunca entendi sobre o amor.
Sempre o via passar com seus romances superficiais e sempre indagava: “será que
amor é a necessidade de mostrar para o mundo que existe alguém que se importe
com você?” Se for o caso, eu jamais iria querer saber de amor e suas
dependências.
Eu nunca soube que era amor
Quando meu pai ligava todas as noites para minha mãe, eles passavam horas
apenas discutindo, ele morava a 300km de distância e mesmo assim quando
conversavam para matar a “saudade” acabavam brigando e encerrando as ligações
no pior clima possÃvel. Mas isso nunca o impediu de ligar no dia seguinte.
Eu nunca enxerguei o amor
Ele sempre me abraçava e perguntava se estava tudo bem, éramos companheiros dos
mesmos crimes e melhores amigos. Ele batia na minha porta para me oferecer
sorrisos em todos os dias de aula. Pena que conclui os estudos e ele foi-se sem
eu nota-lo, até agora.
O que era amor nunca me ficou claro
Quando via minhas amigas chorarem por corações partidos. Afinal, o amor não era
mutuo? Ele me parecia um sentimento tão singular, no qual você apenas oferece
sem nada em troca, mas que dói se não o recebes de volta. Era isso o amor?
Eu nunca soube, nunca entendi e nunca me ficou claro o que
era isso. Na verdade, acho que apenas nunca me interessei por ele ou apenas o
temia. O ignorava, assim como ignorava todos os sentimentos jogados e
desperdiçados por aÃ.
Sentir nunca foi comigo, até porque apenas o meio termo me
era oferecido. Eu sempre preferi estar entre o tudo ou o nada. Se fosse para
receber apenas as migalhas, eu preferia o nada, o vazio de uma vida sem amor.